Hoje nós falaremos sobre um lançamento de 2019, que bombou na Bienal do Livro e foi publicado pela editora Seguinte! Conectadas, escrito por Clara Alves (AUTORA NACIONAL!!!), é tudo que eu precisava ler nesse momento.
Raíssa foi obrigada a aprender desde cedo que vivemos em uma sociedade machista, ainda mais, quando se é uma menina gamer. Para fugir das fotos de genitálias masculinas indesejadas e dos xingamentos, Raíssa teve a grande ideia de criar um avatar masculino e jogar como se fosse um menino. Ela só não esperava se tornar tão íntima de uma menina que conheceu durante a "jogatina". Agora, meses depois, Raíssa continua conversando (e jogando) todos os dias com a Ayla, e suspeita que esteja apaixonada por ela. Só tem um probleminha, esse tempo todo Raíssa finge ser um menino, Ayla só a conhecia como Leo, não como Raíssa, será que já é tarde demais para falar a verdade?
Não importa se as pessoas vão se decepcionar. Se você não for verdadeira consigo mesma, a vida perde o sentido.
Após o anúncio de que seria organizado um evento enorme pela empresa desenvolvedora de Féericos, seu jogo favorito, Ayla pirou total. Ela fará de tudo para conseguir ir até São Paulo para participar desse evento dos sonhos! Ainda mais, depois de saber da possibilidade de finalmente conhecer o Leo, alguém que deixou de ser um simples amigo de "jogatina" faz tempo, e que já tinha um espaço enorme em seu coração.
- Fingir ser quem você não é consome muita energia. Não vale a pena.
– Mas ser quem você é também não é fácil.
– Eu acho que o mais difícil é se soltar das amarras que a gente mesmo constrói. Depois que a gente consegue fazer isso, é moleza.
O que dizer sobre esse livro? Era tudo o que faltava no mercado literário neste momento. Um YA de qualidade com representatividade, não estou falando apenas de representatividade LGBTQIA+. Só para vocês terem uma ideia, a Raíssa é de descendência indígena e a Ayla Japonesa. Não são aquelas mesmas descrições de personagens brancos que já até ficaram gravadas na nossa cabeça, sabe?
O livro é repartido em capítulos intercalando o ponto de vista de Raíssa, Ayla e conversas antigas das duas por mensagens. Nós conhecemos a família e os amigos de cada uma (alguns são tão legais que me renderam algumas lágrimas em certas cenas). Também sigo shippando fielmente certas pessoas (quem leu sabe de quem estou falando) e torço horrores por um spin-off (nunca te pedi NADA dona Clara).
Então se você não sabe o que ler e quer voltar para sua época de fake no Orkut, Conectadas é uma ótima opção, além de ser um bom livro, você estará apoiando o trabalho de uma autora nacional incrível!
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