Eu não sei porque ainda insisto em escrever sobre os livros de Becky Albertalli, visto que falarei todas as vezes que seus livros são absolutamente perfeitos. E como vocês já leram as resenhas dos livros da autora aqui no blog — pois, com toda a certeza, são minhas fãs e leem tudo que posto — sabem que repito mil elogios todas as vezes. Mas é aí que Adam Silvera entra, ele formou essa gloriosa parceria com minha miga Becky e, juntos, deram à luz a E Se Fosse a Gente? Logo, tenho a OBRIGAÇÃO de não só resenhar pra não fazer desfeita com meu novo migo, como também, adivinhem? Isso mesmo, fazer MIL ELOGIOS A BECKY!
Arthur está passando as férias de verão em Nova York, pois sua mãe é uma grande advogada e precisa trabalhar por um tempo na filial da cidade. Por ser uma mulher muito influente na empresa, consegue um estágio de verão para Arthur. Entre suas tarefas, Arthur é pedido para ir buscar um café na rua, no caminho, ele acaba se deparando com um menino que lhe interessa demais na frente da agência dos correios, e, claro, resolve entrar atrás dele. Apesar de se atrapalhar o tempo inteiro, Arthur consegue manter um papo legal com seu novo crush, mas então, são interrompidos no meio da conversa por um flash mob bizarro de pedido de casamento, e o garoto misterioso desaparece no meio da confusão. Agora Arthur não consegue parar de pensar nele e no fato de não ter pego o seu número de telefone, tão pouco saber seu nome.
Assim, não quero me empolgar muito nem nada, mas veja bem: conheço um garoto bonito e fofo e, cinco segundos depois, estou no meio de um pedido de casamento com direito a flash mob? Poderia haver mensagem do universo mais clara do que essa?
Ben está em recuperação durante o verão. É nisso que dá faltar às aulas para ficar namorando. O engraçado é que agora ele não só terminou o namoro, como vai ser obrigado a dividir a sala de aula com o ex durante todo o verão. Apesar de ter que ficar perto de Hudson todos os dias, ele não tem coragem de entregar sua caixa de término de namoro pessoalmente, então, resolve enviar pelos correios. Quando chega na agência, encontra um menino com lindos olhos azuis e descobre que seu nome é Arthur, pois o garoto não parava de falar um minuto, mas então eles são interrompidos tragicamente por um flash mob ridículo. Durante o ocorrido, Ben resolve ir pra casa com a caixa, mas quando chega, se dá conta de que saiu da agência sem nem pegar o número de Arthur.
E então ele olha para mim.E então ele sorri.E droga.Droga, droga, droga. É o garoto mais fofo de todos os tempos. Talvez seja o cabelo ou as sardas ou o tom rosado das bochechas. E digo isso como alguém que nunca notou as bochechas de outra pessoa na vida.
Desconsiderem minha brincadeira inicial sobre todos os livros da Becky serem perfeitos e blá blá blá. Não é um livro perfeito, mas eu curti bastante a parceria de Adam e Becky na escrita. É visível para o leitor que conhece os outros trabalhos de pelo menos um dos autores, quem escreveu cada protagonista. O que funcionou muito bem no quesito personalidade de cada personagem. Os capítulos, apesar de serem divididos entre os dois personagens principais, e autores, são muito bem interligados.
A minha crítica é justamente para algo que também elogiei, a personalidade de Ben e Arthur. Em algumas partes do livro eu quis SOCAR a cara de cada um. Arthur é um fofo e me representa como turista em Nova York ( eu também iria querer tirar foto de tudo e ir a todos os musicais) mas é extremamente imaturo, ok, eu sei que ele só tem 16/17 anos de idade, mas não precisava ser uma criança completa em algumas ações. Apesar de muita gente não ter gostado de Ben, eu o achei um protagonista melhor, mas a sua obsessão pelo ex namorado também irrita. Ele literalmente pisava em uma pedra e pensava “Uma vez eu estava andando com o Hudson por aqui e pisei em uma pedra, foram tempos tão felizes”.
Passada a parte “críticas ácidas de uma leitora irritada”, vamos enaltecer as qualidades do livro. Além das coisas boas já ditas, preciso dizer que mesmo me irritando as vezes, em momento algum fiquei entediada. O enredo te envolve, os personagens secundários são incríveis, a amizade de Ben e Dylan é algo invejável, ainda mais se tratando de um gay e um hétero. Os diálogos e mensagens de texto trocadas são muito naturais, o modo como os autores retratam o relacionamento familiar dos protagonistas é ótimo. Novamente Becky nos trouxe tabus de um modo natural, como deveria ser sempre.
Apesar de nunca ter lido algum trabalho solo de Adam Silvera, fiquei sabendo que suas narrativas e finais de livros são um tanto melancólicas, ao contrário de Becky, que é sempre alegre e bem humorada. A junção dos dois estilos de escrita foi perfeita, temos humor e melancolia na dose certa. O livro não foi perfeito, mas poderia ser, na verdade, chegou perto.
Avaliação:
Editora: Intrínseca
Páginas: 352
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